domingo, 13 de setembro de 2009

Grosseria de húngaros chamou atenção

Não me considero exatamente uma pessoa super viajada ou experiente, mas posso ao menos dizer que em uma semana como turista em qualquer lugar é possível ter uma percepção sobre o tratamento que recebemos dos nativos. Pois bem, meu companheiro de viagem, meu pai, tem mais experiência como viajante. Tivemos a mesma percepção sobre Budapeste: a cidade é fabulosa, mas fomos mal tratados por algumas vezes durante a semana que lá estivemos. Sem querer aqui rotular os húngaros, que já ouvi relatos sobre sua simpatia, acho importante apontar algumas das situações que vivenciamos para que os futuros turistas estejam melhor preparados para as perspicácias cheias de páprika!

Uma delas toquei no meu último post. Tentando chegar ao charmoso distrito do castelo por meio do turístico funicular. Nada mais turístico, sugerido nos guias, assim como pegar o bondinho para chegar ao Páo de açúcar (tá bom, exagerei!). Pois bem, meu ticket encrespou na máquina e a funcionária pediu que aguardássemos pelo técnico que já viria. Não nos próximos 10 minutos. E funiculi-funiculá, para lá e para cá, e nós lá, parados aguardando.... perguntei novamente e ela disse que mais 2 minutos. Pedi que ela nos deixasse passar, já que sabia que havíamos pagado pelo ingresso e eles resolveriam a questão do bilhete engasgado. Que nada. Veio outro funcionário, o da bilheteria com uma pinça para tentar resolver de maneira claramente já feita anteriormente. Vendo aquilo e sem resolver nosso impasse, pedi meu dinheiro de volta. A mocinha resmungou num húngaro daqueles que você já responde menmtalmente em português "é você!".

Lá foram os Baratas curtir uma grata caminhada morro acima, passando por escadas estreitas e prazerosas. Não foi uma má troca, mas preferia ter ficado sem o aborrecimento. Nossa percepção nos diz que pode ser um resquício de uma história recente comunista com a tradição burocrata que não permite com que um funcionário atue fora de sua área de responsabilidade.

Indo a Budapeste os guias alertam para tomar cuidado com alguns golpes comuns na cidade. Os locais tem a fama de tirarem vantagem sobre os turistas, mais ou menos com o que costuma acontecer em Terra Brasilis. Pois bem, para fugir das taxas de casa de câmbio para trocar os NADA ÚTEIS travellers-checks (voltei com TODOS para o Brasil sem poder usá-los em qualquer restaurante ou hotel que ficamos, incluindo o globalizado Ibis) resolvi tentar o banco húngaro OTP. Pra quê??? Esperamos em fila, como há muito não fazia, e fomos enviados para outro endereço, mais central. Até aí, ok, culpa minha de não ter perguntado assim que entramos sobre "money exchange". Lá se foram 30 minutos....Finalmente na outra agência, fomos indicados que para troca de moeda deveríamos pegar uma senha. Havia umas 3 pessoas na nossa frente. Pois bem, todas foram atendidas, chegaram muitas outras, que também foram atendidas antes de nós e nada de sermos chamados. Levantei (lá vai a chata) e perguntei quando iam nos chamar porque estava demorando etc etc.....Fomos os próximos, eu com o sangue quente já dei o dinheiro para trocar, a funcionária trocou nos olhando com cara de "turistinha metida" deu o recibo e.... quando meu pai conferiu o montante, estava faltando cerca de uns 20 reais. Pelo que me lembro caixas de banco náo erram valores, ainda mais dinheiro vivo. Má fé! Ela corrigiu o valor e fomos embora. Detalhe, a taxa era pior do que a de qualquer casa de câmbio com neon. Resultado, troque nessas últimas.

Parece claro que a cidade se esforça para atender cada vez melhor os turistas, organizando cartões que incluem desconto nas principais atrações turísticas e passe-livre no transporte público por 24, 48 ou 72 horas. O Tal do Budapest card, que pode ser até um pouco mais caro do que se você pagasse tudo individualmente, mas te poupa do estresse de tentar comprar bilhete nas máquinas disponíveis (muitas das quais tentamos estavam quebradas ou funcionando precariamente) em alguns pontos pela cidade. Mas, felizmente, o transporte público funciona perfeitamente bem, te leva a qualquer ponto da cidade sem ter que caminhar ou quebrar a cabeça (as estações de metro são um tanto confusas para que entendessemos a direção do metro, mas nada que errando uma estação você não desça e volte na direção contrária - fato que náo ocorreu uma, mas talvez uma dezena de vezes!! E olha que já andei de metrô sozinha na Coreia do Sul!!!!). Como ia dizendo, esse esforço de deixar o turista mais tranquilo pode ser visto nos taxis que nos são sugeridos desde o aeroporto, guia turístico e no hotel - a companhia se chama Zona Taxi (piada pronta), que se paga de acordo com a zona que você deseja ir na cidade e o valor já é pré-estabelecido, ou seja não tem surpresas, certo? ERRADO! Pegamos um desses, chamado pelo hotel para ir a estação de trem, a duas quadras. O tal do valor eram 1300 florins (cerca de 13 reais). Beleza! Lá chegando o motorista vira, na maior cara de pau e diz que são 1300 por pessoa! Nem vou contar o resto da história, mas depois voltamos ao hotel (porque fomos passar o final de semana em Viena, mas retornamos a Budapeste antes de retornar ao Brasil) e a recepção nos informou que o taxista não poderia ter feito aquilo que 1300 era o preço da corrida e conseguimos denunciá-lo via hotel (o que talvez não tivesse ocorrido se tivéssemos ido embora, como provavelmente imaginou o taxista). Talvez ele pense duas vezes na hora de sacanear outro turista (e sacaneie do mesmo jeito....). Parece familiar não?

Bem, essas foram as 3 situações mais raivosas, mas não raras vezes tivemos problemas com a comunicação de cartões de créditos, que não funcionavam e tivemos que pagar com dinheiro, e outras situações menores que nos deixaram com uma má impressão dos húngaros em Budapeste. Acho que turista merece ser melhor tratada e nem em Paris me senti com o sangue na cabeça, nada que um bom doce húngaro não resfriasse!

Assim, aos candidatos a conhecer a estonteante Budapeste, apenas fique de olhos abertos, conte sempre seu dinheiro, até porque a diferença de dois dígitos nos valores monetários confunde pácas! R$1 = 102 florins

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