domingo, 25 de outubro de 2009

Um pulo em Viena

Estar em Budapeste é uma boa oportunidade para conhecer Viena, na Áustria, logo alí, há 3 horas de trem. A viagem é agradável e o destino ainda mais. Parte do antigo Império Austro-Húngaro, Viena é a capital nobre deste antigoo estado europeu que se inicia por volta de 1867 e termina com a Primeira Guerra Mundial. Praga, na atual República Checa também é uma grande opção, mas fica mais longe, à 7 horas de trem de Budapeste, 4 horas de Viena e, portanto, deixamos para uma outra ocasião.

De Budapeste selecionamos o transporte mais barato: trem. Voos? sim, mas são caros e, pela curta viagem e agradabilissima, mais vale pegar trem, e foi o que fizemos. Trem no Brasil infelizmente não se pode usufruir (a única vez que me aventurei em pegar um, levei 15 horas de Belo Horizonte a Vitória, ES, argh!. Nunca mais! Pior do que Cometa velho. Romantismo agora, só Maria Fumaça Campinas-Jaguariúna e o futuro Trem Bala).

Nosso hotel, o confortável Bristol Hotel, ficava a dois quarteirões da estação de trem, o que facilitou o translado, considerando que ainda retornaríamos a Budapeste para pegar o voo pro Brasil (milhagem não permite ir por um trecho e voltar por outro, antes que vocês perguntem: porque não voltaram pro Brasil via Viena?). Na estação compramos o bilhete numa agência de turismo verde do lado direito da entrada principal da estação Kéleti. Nos custou cerca de R$83 ida-volta por pessoa e inclui ainda direito a andar no transporte público gratuitamente em Wien! Reservamos o hotel via internet, e encaramos um Ibis da vida. Taxa barata, 60 euros por dia, quarto duplo, clean, ao lado da estação de trem Westbahnhof, na Avenida Mariahilferstrasse, coisa boa... Você sai da estação meio perdidão e logo avista uma plaquinha Ibis, e na esquina já o prédio do hotel. Ótimo para quem não tá afim de perder tempo e não se perder (foto tirada na frente de nosso Ibis. Mais uma igreja qualquer simplesmente linda e o tram).

O café da manhã era à parte, 10 euros. Eu e meu pai resolvemos jantar numa pensão que nos foi indicada pelo pessoal do Ibis, uma quadra dali. Bingo, uma delícia, sopa Goulash, e cerva austríaca, delicoso pão com cereais , queijo e salada. Caseiro e barato. Alí uma Senhora que atendia deu a dica, assim meio-por-tras-dos-panos que poderíamos tomar café da manhã numa pensão vizinha por 3 euros (simples) ou 5 euros, a versão completa, que tal? No dia seguinte lá vamos nós tomar o café quase clandestino, numa pensão-residência. Tudo muito gostoso, apesar do improviso.

Viena é uma belacapital. Repleta de edifícações antigas e suntuosas. Com apenas um final de semana para explorá-la, nossa dica foi dada pelo meu orientador que ficara em Budapeste, mas é fã e assíduo de Viena. "Não perca o parque Prater, da roda-gigante; o palácio Schonbrum; um passeio a pé pelo danúbio até a catedral, andando pelos calçadões [anchor clock, relógio antigo no centro em que bonequinhos desfilam no bater das 17hs, veja foto acima], passando pela casa de Mozart, as confeitarias, chegando na Ópera". e lá fomos nós, de mapa na mão para o castelo via tram (metro de superfície muito mais high-tech e novo que em Budapeste).

Muitos cafés, mais doces incríveis, cafés, espumantes. Vida de império digna de ser degustada.

Nosso primeiro destino foi o famoso palácio Schonbrum [foto à direita e abaixo], onde a princesa Sissi morou (casa de campo, digamos assim) [foto à esquerda mostra apartamento da Sissi localizado hoje no centro]. Demos uma boa volta pelos jardins, as roseiras centenárias, as aleias de arbustos, as estátuas, o chafariz, a entrada do Zoo (meu pai ficou frustrado por não ter podido ver o urso polar branco. Nos custaria 15 euros e teríamos apenas meia-hora. Fui rigorosa no schedule, confesso!), os apartamentos por fora..... Lugar bonito, mas não fiquei impressionada.

De lá seguimos para o centro histórico, catedral, parada pro café e doce, ópera, parada para compras (afinal em Budapeste não se tem ímpetos capitalistas), apartamento de Sissi, e uma olhada geral nos prédios e inúmeros museus (quarteirão inteiro de museus) que ali se concentram.

No centro conhecemos um lugar muito especial, oTrzesniewski, uma espécie de boteco centenário austríaco, com sanduíches típicos (pai, ajuda a lembrar o nome!) cujo recheio (patês) se escolhe na hora, ao custo de um euro cada, acompanhados de um pequeno chopp Pfiff (eu) ou espumante (Sr. Barata). Nada mal.

Na incrível confeitaria Gerstner, onde é possível comer doces belíssimos e incríveis. Vendem também o famoso macarron (um casadinho de suspiro leve e pouco doce com recheios variados). As fotos dizem por si mesmas.

Em Viena procurávamos, como boa parte dos turistas que lá estão, um concerto para assistirmos. Terra dos grandes compositores (Schumann, Liszt, Beethoven, Mozart, fora os que por lá passaram como Vivaldi), impossível até para os menos familiarizados com música clássica é um programa obrigatório! Mas deixo este capítulo para a próxima postagem. Mas neste primeiro dia, sábado, depois de muito bater perna, conseguimos um concerto muito especial.

No dia seguinte fomos ao Prater ver a famosa roda-gigante e quase não acreditei que o Prater é uma atração quase obrigatória na cidade. Mas sabia que por ter sido dica de orientador, precisa ser um algo mais! A roda gigante foi a primeira construída no mundo, com 65 metros de altura, foi construída em 1897 para comemorar os 50 anos de império de Franz Joseph I. Uma grande obra de engenharia que está de pé e funcionando até hoje. Mas dispensamos o passeio. Optamos por dar uma volta no parque de trenzinho. OK. Prater done! Viena é a cidade no mundo que mais tem parques públicos. Louvável.

Do Prater voltamos ao centro, afinal partiríamos no final do dia, as 17hs. Mais café, desta vez no tradicional Hotel Sacher, onde se come a famosa Sacher Tort, com selo de garantia em chocolate e tudo o mais. Chiquérrimos e tudo ao alcance de gente como a gente, onde almoçamos. Café antigo, como os de Budapeste, veludo vermelho, cristais, móveis de madeira antigos.

Por fim, um museu. Sáo tantas as opções que é preciso ser racional. Com uma hora e meia sobrando optamos pelo Leopold, onde poderíamos ver obras do Gustav Klimt e onde hoje está a exposição da obra do autor de "O grito", Edvard Munch. Um museu menor como o Leopold tem 5 andares repletos de obras austríacas de art nouveau. A melhor surpresa, além de conhecer mais sobre a biografia de Klimt e de sua genialidade e loucura foi descobrirmos as obras de Joseph Maria Auchentaller. Ele foi de encontro ao movimento do expressionismo e apostou na popularização da arte, investindo em posters, propagandas e modos meinos nobres de divulgar a arte. Nada como novas descobertas!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009